terça-feira, 5 de abril de 2016

CASADO PARA MALTRATAR




O título que encabeça essa postagem pode parecer estranho. Deixe-me explicá-lo para que tudo fique claro. Vamos a uma ilustração que poderá elucidar as coisas. Você já viu pessoas que adquirem animais para maltratá-los? Jornais de TV já noticiaram casos desse tipo. De fato, há quem compre um  pet e não cuide. Muito pelo contrário, maltrata. 

De igual modo existe quem case para maltratar. E não pense que se trate apenas de culturas mais rígidas, como em países árabes, por exemplo. Há quem proceda assim, aqui mesmo no Ocidente, na América do Sul, no Brasil, ali e acolá. Mais perto do que se possa imaginar. É mais comum que isso aconteça por parte dos homens. Homens que se casam para maltratar suas esposas, para subjugá-las, exercerem domínio sobre elas, depreciá-las e tratá-las como objetos.

Certa feita, uma mulher disse que o marido, pertencente a uma denominação cristã, ocupante de um cargo eclesiástico, nunca lhe fizera um elogio e pra piorar havia dito algumas vezes que ela era um zero à esquerda. Ela diante do sofrimento que se arrastava por longos anos começou a se questionar sobre a conduta do marido e perguntou a si mesma num clamor desesperado: "Meu Deus, esse homem vive me maltratando, só sabe me diminuir, me criticar, me xingar. Só sirvo para fazer sexo e mais nada.  Por que ele casou comigo?" Essa era a indagação dessa mulher. 

E a resposta é POR PERVERSIDADE. Sim, há homens perversos capazes de unirem-se a uma mulher apenas pra poder satisfazer seu desejo cruel de maltratar. É como um garoto malvado que pega um passarinho só pra arrancar as asas ou esbofeteá-lo. Ele fica feliz por ter o passarinho. O senso de poder lhe faz bem, mas o que ele oferece ao pobre animalzinho é apenas maltrato. Uniões assim são doentes. Não que um marido desses não possa vir a amar a sua esposa. Mas o fato é que o motivo de estar ali com ela, não é amor. E onde não há amor, o cenário não é dos melhores.

Homens como esse que se dizem religiões, e cristãos como é o caso relatado acima, colocam um jugo sobre a mulher sobre o pretexto da submissão religiosa. Não uma submissão apregoada por Jesus no Novo Testamento, mas em nome de um suposto mandamento de submissão primitivo e maligno, coloca a mulher numa condição de escravidão violando tudo que o Evangelho diz ao homem sobre como tratar o seu próximo.

A impressão que se tem é que o indivíduo deve considerar as orientações de Deus em relação ao próximo somente se ele não for a sua esposa. Ou seja, deve amar o próximo, não humilhar o próximo, tratar o próximo como superior, etc, etc; desde que não seja sua própria mulher. Sendo que na verdade, a coisa fica mais grave, haja vista que o próximo que estamos tratando aqui, é a ESPOSA, o próximo mais próximo do marido! E deveria amá-la, mas de forma especial em relação a qualquer outra pessoa, um amor como o de Cristo pela sua Igreja (os seus discípulos). Sendo assim, não resta dúvida que o marido deve pôr em prática o que o Evangelho diz sobre o trato para qualquer semelhante, quanto mais deveria fazê-lo com sua mulher!













Psicanalista cristã

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